RESULTADOS ENCONTRADOS COM A PESQUISA DE CAMPO REALIZADA PELO MAPEAMENTO MULHERES DO BARRO DE TRACUNHAÉM/PE.

Na presente análise e interpretação dos dados coletados pelo mapeamento foram encontrados oito indicadores que demonstram algumas especificidades do grupo amostral, esses indicadores são responsáveis por comunicar o que o grupo pesquisado precisa para o seu desenvolvimento, onde precisam de investimento, quais são as potencialidades desses grupos, qual a sua relevância social. Os indicadores servem no caso do mapeamento como GPS que indica quais os possíveis caminhos de investimento, fortalecimento e legado que as mulheres do barro nos ensinam com os seus saberes e suas expressões artísticas.

ANÁLISE DA FAIXA ETÁRIA
A faixa etária das mulheres mapeadas que trabalham com cerâmica em Tracunhaém/PE é entre 16 a 95 anos.
34,04% das mulheres mapeadas são jovens adultas (estão entre 25 e 35 anos).
23% das mulheres mapeadas são pessoas idosas (tem igual ou superior a 60 anos).
  • Esse indicador situa as mulheres dentro de faixas etárias: em Tracunhaém 34,04% das artistas que trabalham com barro são jovens adultas, o que significa dizer que uma nova geração de mulheres tem mantido a tradição com barro na cidade enquanto profissão e fazer artístico.
  • Também significa dizer que 23% dessas mulheres são idosas e que ainda têm o barro como subsistência e matem a tradição.
  • Também significa dizer que o mapeamento conseguiu mapear mulheres que trabalham com barro entre 16 e 95 anos.
EXPERIÊNCIA COM CERÂMICA
88,36% das mulheres mapeadas têm mais de dois anos de experiência com cerâmica.
47% das mulheres mapeadas têm mais de dez anos de experiência com cerâmica.
  • Esse indicador significa que essas mulheres têm experiência e prática no seu fazer artístico e profissional.
MATERNIDADE NA CERÂMICA DE TRACUNHAÉM
74,5 % das mulheres mapeadas são mães.
54,29% das mulheres mapeadas têm mais de um filho.
44,7% das mulheres são chefes de famílias.
  • As mulheres que são mães têm maior dificuldade de permanecer e se manterem no mercado de trabalho, por isso esse grupo precisa de maior incentivo e fortalecimento.
  • Os filhos dessas mulheres representam uma possibilidade de continuidade da tradição da cerâmica no território, por isso essas mulheres e suas famílias precisam de investimento.
PEÇAS DE CERÂMICA
100% das mulheres mapeadas trabalham com produção de peças decorativas.
31,91% das mulheres mapeadas trabalham com a produção de mais de um tipo de peças de cerâmica.
FONTE DE RENDA
80,9% das mulheres mapeadas têm a cerâmica como a sua principal fonte de renda.
78,7% das mulheres mapeadas têm a cerâmica como sua ÚNICA fonte de renda.
LOCAL DE TRABALHO COM A CERÂMICA
Apenas 14,9% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em associações ou coletivos.
31,9% das mulheres mapeadas trabalham na própria residência.
31,9% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em uma estrutura improvisada.
53,2% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em ateliês familiares.
  • Poucas mulheres trabalham com o apoio de associações ou coletivas, esse dado demonstra que se houver investimento em espaços coletivos mais mulheres poderão se utilizar desses espaços para desenvolver suas profissões.
  • As mulheres que trabalham em suas casas usam parte das pequenas infra-instrutoras da sua residência para desenvolver o trabalho.
CRIAÇÃO ARTISTICA AUTORAL
61,7% das mulheres mapeadas desenvolvem peças autorais.
38,3% das mulheres mapeadas não consideram suas peças autorais.
  • Demonstra a necessidade de investimentos.
  • A imposição do mercado da cerâmica no território dificulta a possibilidade do desenvolvimento do processo artístico autoral das mulheres mapeadas.
INTERESSE EM QUALIFICAÇÃO NA CERÂMICA
87,2 % das mulheres mapeadas têm interesse em se qualificar na cerâmica.
  • Demonstra a necessidade dos investimentos.